
Projeto PROFIBER
Interações entre fontes de proteína e fibras na microbiota intestinal e em marcadores cardiovasculares
PROtein source and FIBER interactions on gut microbiome and cardiovascular markers
O impacto da fonte proteica, seja de origem vegetal ou animal, sobre a saúde cardiometabólica e a composição da microbiota intestinal é um tema de crescente interesse científico. Embora dietas baseadas em plantas estejam consistentemente associadas a desfechos clínicos mais favoráveis, persistem preocupações quanto aos possíveis efeitos adversos do alto consumo de proteínas de origem animal, especialmente quando acompanhado de baixa ingestão de fibras alimentares. Uma hipótese emergente é que o aumento da ingestão de fibras pode atenuar os efeitos metabólicos e microbianos negativos da fermentação proteica no cólon.
O estudo PROFIBER tem como objetivo avaliar os efeitos interativos da fonte proteica (baseada em plantas versus carne vermelha não processada) e da ingestão de fibras alimentares (baixa versus alta) sobre os marcadores de risco cardiovascular e a composição do microbioma intestinal em adultos saudáveis. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, controlado e paralelo, envolvendo 80 adultos saudáveis. Os participantes serão alocados em quatro grupos dietéticos durante três semanas: (1) dieta com carne e ingestão típica de fibras, (2) dieta com carne e alta ingestão de fibras, (3) dieta baseada em plantas com ingestão típica de fibras, e (4) dieta baseada em plantas com alta ingestão de fibras. Todas as dietas serão isocalóricas e ajustadas individualmente com base no gasto energético, estimado por calorimetria indireta. O desfecho primário será a variação nas concentrações plasmáticas de colesterol LDL. Os desfechos secundários incluirão marcadores inflamatórios, índices de resistência à insulina, função endotelial (avaliada por dilatação mediada por fluxo), sintomas gastrointestinais, níveis de saciedade e composição e funcionalidade da microbiota intestinal.

Este estudo fornecerá importantes insights mecanísticos sobre como a fibra alimentar pode modular os efeitos à saúde decorrentes de diferentes fontes proteicas, com foco no risco cardiovascular e na microbiota intestinal. Os resultados poderão subsidiar diretrizes dietéticas baseadas em evidências, visando a promoção da saúde cardiometabólica por meio de estratégias de nutrição personalizada.